Cautelar será a forma de Bruxelas manter Portugal com rédea curta. Depois da terapia agressiva do resgate, segue-se o "prevenir para não ter que remediar outra vez" "Acredito que mais vale prevenir do que remediar e uma linha de crédito cautelar serve precisamente para isso." Foi desta forma que Olli Rehn, comissário europeu dos Assuntos Económicos, explicou ontem ao "Wall Street Journal" o mais provável cenário para Portugal depois do programa de ajustamento, sublinhando que a Comissão Europeia está disponível para apoiar Portugal se o país optar por um programa cautelar após o fim do programa de resgate. Ainda apontada como uma possibilidade, o programa cautelar é cada vez mais vendido como uma certeza. Mas os líderes europeus continuam a preferir deixar tudo em aberto, não vá surgir mais alguma surpresa de última hora. Na próxima segunda-feira os ministros das Finanças da zona euro vão voltar a reunir e, segundo um responsável do Eurogrupo, ainda não é desta que o pós-troika português será debatido, isto apesar dos números da execução orçamental portuguesa terem sido bem acolhidos por Bruxelas. O Eurogrupo tem visto a reacção dos mercados em relação a Portugal como "de melhorias continuadas não só semana após semana, mas também dia após dia", o que é visto como "uma prova de que a estratégia do governo português está a ser validada pelos investidores internacionais", o que "é bom", a alguns meses da data prevista para a conclusão do programa de ajustamento. A discussão sobre o futuro de Portugal depois de concluído o programa de ajustamento acontecerá, porém, ainda durante o primeiro semestre deste ano. "Não haverá absolutamente nenhuma discussão agora em Janeiro e creio que em Fevereiro também é demasiado cedo para essa discussão." No início da próxima semana Eurogrupo vai assim analisar apenas as principais conclusões da avaliação ao programa português que decorreu em Dezembro, devendo ouvir uma exposição de Maria Albuquerque sobre as medidas encontradas pelo governo para compensar a convergência das pensões, que violava a Constituição. JÁ ESTÁ EM DISCUSSÃO Ontem o ministro francês das Finanças, Pierre Moscovici, afirmou que Portugal deverá precisar de um plano de apoio cautelar quando terminar o programa de assistência, conforme avançou a agência Bloomberg e que, ao contrário do que saiu de Bruxelas, este já "está a ser debatido no seio do Eurogrupo".
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