No protesto de ontem ergueram um Bolseiros em protesto. "Para a banca milhões, para a ciência nem tostões" caixão porque julgam que governo está a enterrar a Numa caixa negra levavam projectos chumbados no último concurso de bolsas de doutoramento. "Destruídos" pelo governo, que acusaram entre as diferentes palavras de ordem de "dar à banca milhões e à ciência nem tostões"Nem a chuva poupou o símbolo do protesto, que encabeçou o cortejo de bolseiros que ontem se manifestaram frente à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e à residência oficial do primeiro-ministro. Intacto até ao fim permaneceu um caixão, levado por bolseiros vestidos de carrascos. "Aqui jaz a ciência", dizia. Numa moção que deixaram na recepcionista de Passos Coelho, os bolseiros representados pela Associação de Bolseiros de Investigação Científica exigem que o financiamento de recursos humanos na área da investigação científica regresse, pelo menos, ao nível de 2012. Até haver garantias, vão continuar em protestos e o próximo será dia 29 no parlamento, quando será discutida em plenário uma petição em defesa da carreira científica. No meio do cortejo ouviram-se denúncias de "injustiças" na avaliação das candidaturas às bolsas, sobre as carreiras precárias e os cortes orçamentais que se sentem na falta de meios dos institutos. Entre os participantes, candidatos excluídos nos últimos concursos mas também seniores. E dos que têm reconhecida a excelência na qual a FCT insiste que continua a apostar. Isabel Gordo obteve em 2010 uma bolsa de um milhão de euros do Conselho Europeu de Investigação e resume numa palavra o que a levou ao protesto: desespero. "Para ter excelência é preciso condições para criar e pensar e é isso que está em causa. As pessoas estão desmotivadas com os cortes. A carreira de investigação tem de ser levada a sério", defende a cientista do Instituto Gulbenkian da Ciência. Ia orientar quatro pós-doc e só um teve bolsa. "Não vemos qual é o sentido. Estamos habituados a adaptar-nos, mas ficarem milhares de fora vai ter impacto no sistema." Pedro Varela, arquitecto de 32 anos, viu chumbada pela segunda vez a candidatura a bolsa de doutoramento. Em 179 candidatos entraram 12. Ele era o 14.o e acha que o projecto foi mal avaliado. Na ficha dos resultados, o júri dizia que o seu trabalho pressupunha competências de inteligência artificial, algo que garante nunca surgir no projeto.
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